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A IDÉIA DE PROJETO

Até aqui, com o Blogue e seis (6) Posts, eu acho que consegui dar uma idéia do que é Agricultura Irrigada, principalmente, sua diferença de Irrigação Agrícola, e do que se pretende com ela. Esse Post No 7, Idéia de Projeto, tem o propósito de instrumentalizar o tema, consolidando e marcando passos e componentes que formalizem os fundamentos, postulados e diretrizes apontadas.


Programas, Planos e Projetos resultam, normalmente, de uma ação de Planejamento baseada num conhecimento de situação ou num diagnóstico (Due Diligence), cujos sintomas podem endereçar a situação diagnosticada ou diligenciada à construção de cenários, visões de futuro, mesmo contendo várias incertezas, à algumas estratégias e ao traçado de objetivos e metas. A identificação de fatores condicionantes e/ou críticos de sucesso, bem como análises de risco, podem conduzir o estudo à definição de opções estratégicas as quais, sim, conduzem todo o processo à elaboração do programa, plano e projeto, com os respectivos componentes, atividades, ações e tarefas.


Segundo a metodologia que vem sendo adotada – PMI/PMBok – qualquer desses níveis é tratado como "Gestão do Projeto" e/ou como "Gestão por Projetos", obedientes ao critério de terem início, meio e fim.


A ideia de Agricultura Irrigada, para efeitos desse blogue, se alicerça nos três grandes pontos, a saber: (i) o mix dos quatro quadrantes do quebra-cabeça (Química Inorgânica, Irrigação, Drenagem e Química Orgânica); (ii) o Arcabouço Institucional, moldura e os quatro diedros/quadrantes institucionais; e (iii) o papel estratégico, tático e operacional do projeto.


A intensificação tecnológica e a racionalização do uso dos recursos de solos e de água na prática exclusiva da irrigação se antepõem ao que a Agricultura Irrigada considera como essencial para o desenvolvimento do meio rural na produção, sobretudo de alimentos saudáveis. Água é alimento! Produção de alimentos e segurança alimentar estão intimamente ligadas á disponibilidade e segurança no suprimento de água. A pretendida "produção de água" é o diferencial!


Qualquer projeto agrícola com o objetivo de produzir alimentos, produzir água e de preservar a biodiversidade e seus recursos naturais, é complexo em função dos processos e sistemas envolvidos, normalmente, alicerçado em três conjuntos de leis: (i) a Leis da Natureza; (ii) as Leis Científicas, que as interpretam; e (iii) as Leis Jurídicas ou leis do homem, geralmente imperfeitas.


A Função Planejamento Estratégico e o seu Exercício Permanente (EPPE)


No meio rural não é prática comum exercitar o planejamento estratégico e menos ainda o seu permanente exercício. Em projetos de maior porte e, geralmente, estruturantes, as empreiteiras isoladamente ou em consórcio costumam formular suas propostas de projetos embasados em algum dos princípios do planejamento estratégico, dependo muito de quem os solicita.


Durante muito tempo, os projetos e planos rurais eram orientados pelos PDRI – Planos de Desenvolvimento Rural Integrados, quase sempre em relação á oportunidades e ameaças, externas aos empreendimentos agrícolas. Na Agricultura Irrigada interessam, também e sobremaneira, as análises internas e seus pontos fortes e fracos, em relação ás oportunidades e ameaças relacionadas com o negócio agrícola. Os custeios e investimentos em nível de imóvel rural ou commodities eram objeto de cartas-proposta para financiamentos, ou seja, para aquisição de objeto insumo ou serviço específico, enquanto que para a Agricultura Irrigada o que se propõe é a figura de Crédito Rural, que olhe o empreendimento como um todo e no ano inteiro, seja esse ano agrícola ou fiscal. A nova figura de projeto atenta para essas especificidades, tendo o agente financeiro como parceiro importante para a implantação da idéia de Agricultura Irrigada.


A figura do Projeto


Projeto é um esforço/empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. Temporário significa que tem início, meio e fim determinados. Não quer dizer de curta duração. Único significa a singularidade da natureza de cada projeto. (PMI – Project Management Institute).


Para a apresentação de projetos a ideia é adotar formatações compatibilizadas com softwares do tipo PMBOK – Project Management Body of Knowledge, desenvolvido pelo Project Management Institute – PMI, dos Estados Unidos da América do Norte, largamente utilizado para a apresentação de propostas de projetos e do MSProject, desenvolvido pela Microsoft para o Gerenciamento de Projeto.


QUADRO 1. Etapas, componentes e ações para a elaboração de Projetos*

*Nota: Esquema elaborado por E. Wagner para pequenos, médios e grandes projetos. Brasília/DF, 2006.

Convém, também, que seja elaborada uma Matriz Lógica como ferramenta útil para facilitar o processo de conceptualização, elaboração, execução e avaliação de projetos. Modificam-se a melhoria de processos várias vezes, tanto durante a preparação quanto durante a execução do projeto. Trata-se de matriz 4 x 4 em que nas colunas figuram: (i) objetivos e atividades; (ii) indicadores; (iii) meios de verificação; e (iv) hipóteses/premissas ou fatores de risco; e como linhas: (i) finalidade; (ii) propósito; (iii) componentes e resultados; e (iv) atividades necessárias.

O problema deve ser formulado como pergunta. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses. A hipótese é a proposição que se admite ou algo que pode acontecer. O objetivo é aquilo que se pretende alcançar, e que pode ser geral ou específico(s).


Um título bastante sugestivo para a aplicação dos preceitos da Agricultura Irrigada poderia ser: Projeto de Desenvolvimento Integrado em nível de Imóvel Rural (PDI-IR), como figura de planejamento estratégico, tático e operacional, quer se trate de ações político-estratégicas, que organiza a vontade pública, quer de ações estruturantes, que organiza as atividades meio, ou quer se trate das ações finalístico-integrativas, que organiza as atividades fim.


Projetos Agrícolas


Projetos Agrícolas, em geral, são complexos em função de processos e sistemas alicerçados em três conjuntos de Leis: (i) Leis da Natureza (Recursos Naturais); (ii) Leis Científicas (Recursos Tecnológicos); e (iii) Leis Jurídicas (Recursos Fundiários; Infraestruturais; Sociais; Institucionais e Legais).


Em qualquer situação, o primeiro passo é de Diligência Prévia (Due Diligence) compreendendo àqueles três níveis enquanto vontades políticas, estruturantes e finalísticas, suas organizações e níveis de planejamento clássico: (i) Estratégico; (ii) Tático; e (iii) Operacional, para finalmente instruir a montagem de três planos: 1) Plano Estratégico; 2) Plano Master; e 3) Plano de Negócios.


Para a Agricultura Irrigada importante é definir a função Tempo de Projeto. Por exemplo, em solos de Cerrados o efeito residual do calcário (Ca + Mg) é de seis anos, o efeito residual de fosfatos (P2O5) é de 12 anos, ambos utilizados na adubação corretiva. Os ciclos de cultivos variam enormemente: Feijão, 70 dias; outros cultivos anuais, 105 a 150 dias; Pastagens, 3 a 5 anos ou mais; Forrageiras, 1 a 3 anos ou mais; Eucaliptos, 7 anos (primeiro corte); Seringueiras, 40 anos. Vida útil de máquinas e de equipamentos, 12 anos; pivô central, 25 anos. Qual o critério a adotar, desde uma safra meses, até 40 anos de atividade produtiva? Decidir estrategicamente qual a duração do Projeto?


Outro parâmetro importante é o tamanho do imóvel em função, também, das dimensões do maquinário e de outras instalações prediais.


O Projeto precisa ter uma definição de tempo – início, meio e fim – o qual, obrigatoriamente, necessita ser dividido em Planos Anuais de Trabalho – PAT´s, ambos objetos de sistemas de acompanhamento, monitoramento e avaliação – AM&A.


Para a avaliação de desempenhos anuais, de meio termo e finais do Projeto, sugere-se a adoção da análise de multiobjetivos a qual recebeu contribuições importantes, como de Goicoechea et al. (1982), que descreve o processo em quatro etapas para resolver problemas de planejamento hídrico com múltiplos objetivos, como é o caso da Agricultura Irrigada. O 1º passo consiste em individualizar e enumerar os objetivos; O 2º passo é estabelecer um número finito de alternativas de solução. O 3º passo trata de estabelecer os critérios comuns a partir dos quais as alternativas serão julgadas. A informação obtida nesses três passos é organizada de forma tabular com o que se denomina de Matriz de Avaliação do Impacto (MAI) e o 4º passo consiste em aplicar um método de avaliação da MAI com o fim de selecionar as opções (desenhos de projetos) que oferecem as melhores oportunidades de inversões. O método se aplica, tanto para avaliação ex-post como ex-ante.


Dentro da família dos Multiciteria Decision Methods – MCDM , normalmente se usa de técnica conhecida como Weighted Average Methods – WAM, método de comparação de alternativas bastante simples e flexível, por isso mesmo o mais utilizado pelos analistas, permitindo avaliar aspectos legais e regulatórios, econômicos, sociais, de gestão pública, de gestão privada, do contexto produtivo-tecnológico, de recursos naturais e ambientais, e da infraestrutura produtiva. Por último, utilizam-se Atributos como subclasse dos Critérios selecionados e ponderações desses atributos.





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