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A Agricultura, de um modo geral, é um tema altamente complexo e, para avaliar o gerenciamento que se processa em nível institucional, também, complexo, a idéia é utilizar de proposta organizacional desenvolvida para o Centro de Estudos Avançados sobre Recursos Hídricos (Wagner e Brandini, 2000), o qual compreende além da adoção do planejamento estratégico clássico, uma visão holística da interação dos três conjuntos de fatores que afetam o pensamento estratégico: (i) recursos sócio-econômicos, infra-estruturais e políticos; (ii) recursos naturais; e (iii) recursos tecnológicos. Na intersecção desses três conjuntos de fatores situa-se a informação e comunicação, calcadas em sistemas de acompanhamento, monitoramento e avaliação de desempenhos.

Agricultura nos Trópicos

Praticamente, teve início no Bioma Cerrado, em 1975/76, quando da criação do Programa Polocentro e do Sistema Embrapa de Pesquisa Agropecuária, especificamente, do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC). A orientação se deu em cima de conhecer os ecossistemas, em solos com fertilização inorgânica, e desenvolvimento de sistemas de produção, eminentemente de sequeiro. Sempre quando em presença de água e de energia elétrica os agricultores passaram a utilizar pivô central para a irrigação. As melhores adaptações se direcionaram à cultivos destinados para a alimentação animal – soja, milho, sorgo, algodão, cana-de-açúcar e pastagens e forrageiras. Isso permitiu que o Brasil se posicionasse como um grande produtor agrícola mundial.

A drenagem e a matéria orgânica ficaram restritas a menções descritivas, a primeira por testes de infiltração e visual topográfico de bem drenado, e na segunda, a quantidade de MO superior a 2%.

O futuro indica ser chegado o momento de completarmos o “quebra-cabeça”, em nível de imóvel rural, entre: agricultura de sequeiro; irrigação agrícola; drenagem no meio rural e agricultura irrigada.

Organização Institucional

Desde a ECO-RIO 92, em seguimento á Conferência de Estocolmo, em 1972, existe uma atenção voltada à aplicação do conceito de Desenvolvimento Sustentável nos sentidos social, econômico e ambiental. Outra dicotomia desafiante se refere á harmonização dos interesses privados ou particulares com os interesses públicos da sociedade como um todo ou de partes dela. Esses quatro enfoques são tratados como moldura de complexos institucionais encarregados do desenvolvimento econômico e social, com um enfoque de preservação ambiental.

Toda essa construção partiu da necessidade de se elaborar um arcabouço (framework), que contemplasse as questões institucionais de forma interativa e complementar para superar o isolamento e as ações dissociadas entre a Gestão Produtiva, a Gestão Ambiental e a Gestão de Políticas Públicas, e, por sua vez, distanciadas de toda a sociedade, inclusive da iniciativa privada. Por outro lado, esse arcabouço considera um tratamento adequado para a Gestão Ambiental, fortemente associada á Gestão dos Recursos Hídricos.  (Wagner & Brandini, 2000).

A necessidade de construção dessa moldura torna-se mais evidente quando se considera que o Brasil vem passando por mudanças em que o Poder Executivo (ou o Governo) deixa de ser executor de 75% da economia do país, como o foi até bem pouco tempo, para assumir o papel facilitador/promotor do Estado para a atuação da sociedade nos seus interesses particulares e no do país.

O plano XY mostra que no primeiro quadrante estão situados e são analisados os diversos empreendimentos e empresas de produção de bens e de serviços, segundo os componentes do Estado-Nação. No segundo quadrante cria-se o espaço para a definição de instituições, programas e projetos públicos, mais ou menos sustentáveis, em relação aos interesses públicos e privados, ao ambiente e ao desenvolvimento econômico. É a ação governamental (Setor Público Nacional) recolhendo-se do primeiro quadrante (executor/produtor) para novas funções. No terceiro quadrante se situam aqueles agentes representativos da sociedade continental ou global, anteriormente muito orientados para a produção e/ou financiamento para a reconstrução de equipamentos infra-estruturais, e, atualmente transladando-se às questões ambientais. É o Setor Público Internacional e/ou Intergovernamental. No quarto quadrante situam-se as organizações do Terceiro Setor voltadas ao eixo da abscissa, quando orientadas às questões ambientais ou preservacionistas, e àquelas financiadas pela iniciativa privada, que se ocupam do binômio desenvolvimento e ambiente, ou seja, do desenvolvimento sustentável.

Em suma, esse arcabouço (framework), calcado tanto na Geometria Euclidiana (Euclides de Alexandria), seus cinco axiomas e cinco postulados, como nas Coordenadas Cartesianas (René Descartes), compatibiliza interesses coletivos com interesses individuais e com os Sistemas de Gestão Produtiva e os Modelos de Gestão Ambiental. Os descritores dos componentes institucionais se distribuem conforme segue: o 1º Quadrante (plano) ou Diedro (espaço) encerra o conceito de Estado-Nação com território delimitado, população fixa e soberania relativa; o 2º Quadrante ou Diedro é o Primeiro Setor dos Serviços Públicos Nacionais, com os seus Três Poderes, autarquias, agências, empresas estatais e outras; o 3º Quadrante ou Diedro – Segundo Setor – encerra os Serviços Públicos Internacionais e/ou Intergovernamentais; e o 4º Quadrante ou Diedro, compreende as instituições e organizações do Terceiro Setor, privadas e sem fins lucrativos.

Reordenamento da figura de Projeto

Para esta proposta (idéia) a figura de Projeto é de fundamental importância. É preciso sair do projeto simplório, para a captação de financiamento bancário, e passar a usar da metodologia de elaboração de Projeto que contemple o imóvel rural como um todo, num horizonte de tempo não inferior a cinco anos, e com revisões e análises de desempenhos formulados em Planos Anuais de Trabalho – PAT.

 FUNDAMENTOS 

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